Junte o aquecimento global com um possível inverno nuclear e calcule o tamanho da encrenca em que estamos nos metendo. Não é pequeno. Cientistas de vários países dedicados a questões nucleares divulgaram esta semana um alerta: estamos no limiar de uma Segunda Era Nuclear, com problemas pipocando em diversas frentes.
O caso é grave e fez andar o ponteiro do relógio do Juízo Final, criado pelo Boletim dos Cientistas Atômicos na década de 1940, após a explosão das bombas atômicas no Japão, para monitorar os riscos que o planeta corre. O avanço foi de dois minutos, nos deixando a apenas cinco da meia-noite (ou do fim, como queira).
Razões para tanto não faltam. A mais evidente no momento é a intensificação dos problemas causados pelas mudanças climáticas. Some-se a isso o interesse cada vez maior de países como Irã, Paquistão, Coréia do Norte e Índia na geração de energia nuclear, a escalada terrorista e a disponibilidade de mais de 25 mil armas nucleares nas mãos de Rússia e EUA – prontas para serem usadas – e temos uma receita certa de destruição do planeta.
Uma das questões urgentes que mais preocupa cientistas e ambientalistas é a falsa idéia de que usinas atômicas podem ajudar a combater o aquecimento global. Essa combinação pode ser explosiva para o planeta.
“A energia nuclear é uma ameaça muito grande para ser usada como resposta às mudanças climáticas. Isso pode gerar a proliferação de armas nucleares pelo mundo. Um inverno nuclear não é solução para o aquecimento global”, afirmou Mike Townsley, do Greenpeace Internacional.
O Brasil também pode acabar contribuindo para esse clima de insegurança se decidir retomar as obras da usina nuclear Angra 3. A decisão será tomada no próximo dia 30, em Brasília, numa reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Ao custo de mais de US$ 7 bilhões, daríamos um imenso passo atrás justamente no momento em que países europeus que já passaram pela experiência nuclear decidem investir pesado em fontes de energia renovável. O Brasil é um dos países com maior potencial nessa área e tem tudo para contribuir para o seu desenvolvimento em escala mundial. Não podemos perder essa oportunidade.
Fonte: Greenpeace
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